>>>>>>Este Blog é melhor visualizado em resolução 1024 x 768.
Justiça é o que  quero!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pesquisa cria modelo para recuperar vegetação em florestas degradadas


Análise no PA resultou em cálculo que indica espécies para regeneração.
Próximo passo é criar programa de computador para aplicação do modelo.

O engenheiro florestal Rafael Salomão, do Museu Paraense Emílio Goeldi, apresentou no início de dezembro os primeiros resultados da pesquisa que desenvolve na Floresta Nacional Saracá-Taquera, em Oriximiná, a cerca de 880 quilômetros de Belém, no Pará. O estudo propõe a aplicação de um modelo estatístico para recuperar áreas de florestas degradadas.




A partir da análise de uma região com floresta degradada pela extração de bauxita na Flona Saracá-Taquera, explorada pelo Mineração Rio do Norte, Salomão criou um modelo que ajuda a determinar espécies essenciais e secundárias para regenerar a vegetação da melhor forma possível. O próximo passo consiste em criar um programa de computador para simplificar os cálculos do modelo estatístico, auxiliando produtores na regeneração de suas florestas.

Dessa forma, o modelo criado por Salomão poderia ser aplicado em qualquer área florestal, não necessariamente na Amazônia.

Para desenvolver o estudo, porém, ele avaliou uma área de vegetação densa e com um tipo de degradação acentuada. "Apesar de pontuais, as modificações causadas na vegetação pela mineração são muito intensas. As áreas de exploração mineral representam o extremo da degradação artificial", diz ele.

A extração de bauxista exige a retirada completa de toda a cobertura vegetal de floresta, segundo Salomão. Depois, ainda é necessário escavar de 4 a 10 metros de terra no solo para alcançar o minério. "O ambiente fica completamente desestabilizado. Todas as propriedades do solo são alteradas", diz.

Como seria feita a regeneração de uma área assim? De acordo com o pesquisador, a literatura científica existente sobre o tema é muito vaga. Existe uma orientação consensual para o produtor plantar cerca de 80 espécies para regenerar a área destruída. "Mas nenhum trabalho feito até agora identifica que espécies seriam essas", explica Salomão.

Foto: Rafael Salomão/ Arquivo Pessoal

Área degrada por extração de bauxita no PA.

A partir de um inventário florestal, ele identificou cerca de 1.500 espécies na Flona Saracá-Taquera e começou a aplicar índices ecológicos e socioeconômicos sobre elas.

Os critérios usados consideram abundância de espécies e dados específicos sobre as árvores, como o diâmetro do tronco e o peso. O pesquisador também availou valores comerciais das árvores, considerando preço da madeira e de produtos florestais não madeireiros que as espécies podem fornecer.

O resultado matemático permite determinar espécies-chave para a regeneração da área. "O modelo indica de 25 a 35 espécies assim, além de outras secundárias que interagem bem com elas", diz Salomão. Com o modelo, o pesquisador visa a recuperação de áreas degradadas no menor tempo possível.

Expedição faz levantamento inédito do Parque da Serra do Pardo, no Pará

Marcado pelo desmatamento, local concentra riqueza de plantas e animais.
Reserva está na região conhecida como Terra do Meio.


Uma expedição científica fez um levantamento inédito da biodiversidade do Parque Nacional da Serra do Pardo, na região da Terra do Meio, no Pará. O local, marcado pela grilagem e pelo desmatamento, concentra uma imensa riqueza de plantas e animais.


A Terra do Meio fica no centro do Pará, entre Altamira e São Félix do Xingu. A área é uma das mais ricas em biodiversidade na Amazônia. Durante 11 dias um grupo de 50 pesquisadores fez uma expedição no Parque Nacional da Serra do Pardo, uma das unidades de conservação na Terra do Meio. Partindo de Belém, foram três horas de avião e helicóptero até chegar ao parque, que tem o tamanho equivalente a 450 mil campos de futebol.

No meio da floresta, o Instituto Chico Mendes montou três bases para o trabalho das equipes. Foram improvisados laboratórios e alojamentos. Foram encontradas cinco novas espécies de peixes e 35 espécies de aves que os biólogos não esperavam encontrar na região, como o pássaro conhecido como cancão, típico da caatinga.



Já o grupo de botânicos se deparou com orquídeas e plantas carnívoras que são mais comuns no cerrado. O potencial de estudo científico no parque deixou os pesquisadores motivados.

“A área na Terra do Meio demanda inúmeros inventários. Essa é ponta do iceberg em termos de descobertas científicas”, explica Gianize Cunha, bióloga da UFPA.

O parque fica em uma área de transição geológica, entre o planalto central e a floresta amazônica. As descobertas podem ajudar os pesquisadores a entenderem como plantas e animais de outras florestas do país conseguiram se adaptar à Amazônia.

“Essa biodiversidade é muito importante não só para a pesquisa, mas para a sociedade brasileira. Daqui pode se achar uma série de espécies que podem alterar na área de segurança alimentar a cesta básica do mundo, com outras alternativas”, diz Rômulo Mello, presidente do Instituto Chico Mendes.

O estudo da biodiversidade da região pode abrir caminhos não apenas para novas descobertas, mas também para o turismo. A pesquisa é importante para definir se o parque poderá ou não ser aberto à visitação pública.

Na região há cachoeiras, igarapés e pequenas praias banhadas pelo Rio Xingu. O trabalho dos pesquisadores servirá para a elaboração do plano de manejo do parque, ou seja, em que áreas e condições a região poderá vir a receber os turistas.

“Os parques se caracterizam pelas belezas cênicas. Onde tem beleza cênica o cidadão quer ver. Então, precisamos associar essa potencialidade e a perspectiva de desenvolvimento de pesquisas e de interesse empresarial para que o turismo aconteça”, completa Fabiano Villela, Parque Nacional da Serra do Pardo.

Além do Instituto Chico Mendes, participam pesquisadores da Universidade Federal do Pará e do Museu Emílio Goeldi.

Desmatamento da Amazônia aumenta no sul do AM e em RO, TO, AC e MA

Lábrea e Boca do Acre, no sul do AM, preocupam órgãos ambientais.
De 10 cidades que mais desmataram em setembro e outubro, 4 são do PA.



Relatório do Sistema de Deteção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) divulgado nesta semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indica o aumento da devastação em áreas consideradas preocupantes, segundo as últimas análises, pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Ibama.


As áreas que começam a preocupar desmataram pouco em números absolutos e comparados com os estados que mais devastam, Mato Grosso e Pará. Mas indicam crescimento considerável em relação ao ano passado.

O estado do Amazonas, por exemplo, teve aumento de 85,4% no desmatamento de setembro e outubro de 2010 em relação ao mesmo período de 2009, com os casos mais graves ocorrendo na porção sul e na divisa com o Acre, onde a devastação cresceu 271,8% na mesma comparação. No mesmo período, o crescimento foi de 81,2% em Rondônia, de 139,6% no Maranhão e de 458% em Tocantins, que desmatou 5,31 km² em setembro e outubro de 2010.

Veja desmatamento em estados no mesmo período de 2009 e de 2010


Estado Setembro e outubro de 2009 (km²) Setembro e outubro 2010 (km²)
Pará  200,55  334,23
Mato Grosso  175,84  130,67
Rondônia  85,24  154,41
Amazonas  64,06  119,82
Acre  11,24  41,80
Maranhão  18,49  44,19
Tocantins  0,95  5,31
Roraima  18,50  5,66
Amapá  0,70  0,52


O aumento da devastação em outros estados, em setembro e outubro, equilibrou a lista dos municípios que mais desmatam a Amazônia, liderada nos meses anteriores por locais em Mato Grosso ou no Pará.

Segundo a última análise do Deter, o Pará ainda tem 4 das 10 cidades que mais desmatam e o Mato Grosso, uma. Mas o Amazonas entrou na lista de setembro e outubro com 3 municípios: Boca do Acre, Lábrea e Manicoré, que ficam no sul do estado e são motivo de preocupação para órgãos ambientais.

A capital de Rondônia, Porto Velho, foi o município que mais desmatou a floresta em setembro e outubro, com 87,04 km² de mata derrubada. A cidade de Nova Mamoré, também no estado, aparece como a 6ª que mais desmatou no período, com 27,22 km² de floresta devastada.


Veja dez cidades que mais desmataram florestas em setembro e outubro


Dez municípios que mais desmataram no período Área devastada detectada pelo Inpe (km²)
Porto Velho (RO) 87,04
São Félix do Xingu (PA) 74,21
Altamira (PA) 42,49
Boca do Acre (AM) 40,72
Lábrea (AM) 29,41
Nova Mamoré (RO) 27,22
Pacajá (PA) 24,09
Colniza (MT) 19,38
Manicoré (AM) 17,89
Novo Progresso (PA) 17,53
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...