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Justiça é o que  quero!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Protesto fecha acesso a canteiro de obras de Belo Monte


A rodovia Transamazônica, no trevo que dá acesso ao município de Vitória do Xingu e ao canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), está fechada desde o começo da manhã de hoje por 3 mil agricultores, representantes de associações e cooperativas rurais de onze municípios da região. Os manifestantes cobram regularização fundiária, políticas sociais, infraestrutura e gestão ambiental na região e exigem a presença do primeiro escalão dos governos federal e estadual em Altamira para negociar uma pauta de reivindicações.O acampamento montado no local por lideranças da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) e Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) impede o acesso das máquinas e trabalhadores ao canteiro da usina. Uma fila imensa de veículos se formou nos dois sentidos da estrada. A polícia tentou negociar a liberação do tráfego, mas não obteve sucesso. Só passavam pessoas doentes que precisavam de atendimento médico.
O coordenador do movimento, João Batista Uchôa, declarou que a manifestação é pacífica e não protesta contra a construção da hidrelétrica, mas quer chamar a atenção dos governos federal e estadual para a situação em Altamira e na região de influência direta da usina. Segundo ele, as obras da hidrelétrica estão a todo vapor, mas a pauta dos movimentos sociais que já vem sendo discutida há 20 anos "não consegue avançar".
Uchôa disse que os governos há muito tempo tratam "com descaso" a região. E citou o programa federal Luz para Todos como exemplo. Somente 40% da área coberta pela rodovia foi atendida até hoje. Outro problema é o asfaltamento. Dentro do Pará, a Transamazônica possui 976 quilômetros entre Marabá e Itaituba, dos quais 726 quilômetros foram contratados, deixando de fora 250 quilômetros entre os municípios de Medicilândia e Rurópolis.
Os responsáveis pela construção da hidrelétrica informaram que as autoridades paraenses estavam negociando a liberação da rodovia para as próximas horas.

PROJETO DE LEI N° , DE 2011. (Do Sr. Deputado João Paulo Cunha – PT/SP) “Concede anistia aos trabalhadores rurais de Rondônia punidos no episódio conhecido como “Massacre de Corumbiara.”




O Congresso Nacional decreta:
Art. 1°. É concedida anistia a todos os trabalhadores rurais de Rondônia
punidos de qualquer forma pela participação no episódio denominado “Massacre de
Corumbiara”.
Art. 2º. A anistia de que trata esta Lei abrange os crimes definidos no
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) e nas Legislações
Especiais.
Art. 3°. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICAÇÃO
O Massacre de Corumbiara, ocorrido em agosto de 1995, no
Município de Corumbiara, Estado de Rondônia impôs uma nódoa indelével na história
da violação dos direitos humanos e na luta pelo acesso à terra no País, e ainda hoje
continha vitimando inocentes e perpetuando as arbitrariedades e injustiças praticadas
pelos agentes públicos do Estado brasileiro.
A síntese dessa tragédia nacional nos é apresentada pela Professora
Helena Angélica de Mesquita ((MESQUITA, H. A. de. Corumbiara: o massacre dos
camponeses. Rondônia/Brasil 1995. Scripta Nova, Revista Electrónica de Geografía y
Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, vol. VI, nº 119 (41), 2002. [ISSN: 1138-
9788] http://www.ub.es/geocrit/sn/sn119-41.htm):
No dia 14 de julho de 1995, em caminhões provenientes de diversos pontos do
município de Corumbiara e das estradas próximas, centenas de famílias
chegaram à fazenda Santa Elina. Levaram com eles tudo que possuíam,
especialmente a grande esperança de conquistar a terra. O local escolhido para o
acampamento ficava junto a área comunitária do PA Adriana, apenas separadas
por um pequeno riacho. (...).


Entretanto, nos dias 8 e 9 de agosto, a Polícia Militar (PM) montou o seu
Comando de Operações (QG) naquele local. A coordenação escolheu a Santa
Elina em função de notícias que haviam sido publicadas na imprensa regional,
afirmando que a área não estava regularizada, e era em grande parte área
improdutiva. Nenhuma notícia da imprensa ou mesmo os autos, ou em qualquer
informação dava a extensão correta da Santa Elina. Os números noticiados a
respeito da sua dimensão variavam de sete mil a dezesseis mil hectares, mas na
realidade ela tem cerca de vinte mil hectares.
Do dia 14 de julho até 8 de agosto a ocupação da fazenda Santa Elina era mais
um dos quatrocentos e quarenta conflitos de terra que aconteceram em 1995 no
Brasil e um dos quinze que aconteceram só em Rondônia naquele ano. Portanto,
pode-se concluir que no dia 14/07/95 estava começando o que foi uma tragédia
anunciada: O Massacre de Corumbiara.
....
Os caminhões levando os camponeses na madrugada do dia 15 de julho,
chegaram até o campo de futebol do PA Adriana. O deslocamento até o local que
seria o acampamento foi feito a pé, pois não haviam estradas e a distância era
pequena, cerca de um km. Os caminhões chegaram juntos uns dos outros. Os
posseiros tinham uma grande preocupação e medo dos jagunços, por isso
procuravam estar juntos em grandes grupos. O transporte das poucas coisas que
trouxeram como colchões, lonas, comidas, cacaios e outros objetos, foi feito nas
costas e em mutirão. Esta atividade durou o resto da madrugada e quando o dia
clareou já estava quase tudo depositado, numa pequena clareira que fora aberta
ainda durante a madrugada. Quando o dia amanheceu, no dia 15, sábado, as
atividades eram intensas, no sentido de transformar aquele pequeno pedaço de
mata em um acampamento de sem terras. Todos trabalhavam. Os participantes
descreveram a chegada como momento de grande apreensão, pois tinham medo
que jagunços aparecessem e frustrassem os seus planos.
Era muito barulho, barulho de motosserras, de picaretas, árvores caindo, foices
limpando tudo. Muita gente falando, cantando e gritando, dando ordens,
organizando. Todos se preocupavam com as crianças, que eram muitas. Logo
pela manhã foram escolhidas algumas pessoas para tomarem conta dos
piazinhos, para não deixar que se machucassem ou se perdessem. Alguns
homens foram destacados para manter vigilância, especialmente no fundo e no
lado direito do acampamento, pois era mata fechada dentro da própria Santa
Elina.
Como era área de mata, os barracos foram construídos sob as árvores mais altas
porque elas ofereciam sombra e podiam camuflar e esconder a pequena cidade
de lona dos constantes vôos de intimidação, realizados pelos fazendeiros e pela
própria polícia.
No começo da tarde de sábado foi servido o almoço coletivo, foi uma festa, todos
já se sentiam como uma grande família, com direitos e obrigações. Uma
comissão já circulava com um caderno de anotações onde cadastravam todas as
pessoas que estavam no acampamento e anotavam os nomes dos que
chegavam.
Os homens começaram a derrubada para fazer uma roça comunitária, onde seria
plantado arroz, milho, feijão e mandioca. Os posseiros derrubaram a mata em
volta do acampamento para fazer a roça, mas isso acabou facilitando a agressão
e dificultando a fuga pela mata, pois assim que a derrubada foi incendiada
durante o ataque ao acampamento, aquela rota de fuga foi prejudicada.
Na tarde do dia 15 de julho mais de cinqüenta barracos já estavam montados. À
medida que o tempo passava, mais barracos iam sendo construídos, pois mais
gente ia chegando. No dia 8 de agosto eram cento e cinqüenta e quatro barracos.
Tinha barraco que abrigava mais de uma família, e os solteiros também ficaram
em barracas com até cinco pessoas.
...
Enquanto os posseiros organizavam o seu acampamento, os fazendeiros já
agiam. Especialmente Antenor Duarte do Valle, proprietário de grandes
latifúndios, pressionava a justiça e a polícia. O processo de reintegração de
posse foi sumário. Alguns fazendeiros, vizinhos da Santa Elina, obtiveram na
justiça, liminar de Interdito Proibitório. Vale dizer que estas fazendas deveriam
então, ter guarda da PM e se elas fossem invadidas por sem-terra, a reintegração
de posse seria sumária. A liminar de reintegração de posse da Santa Elina
também foi sumária, três dias depois da ocupação já existia liminar de
manutenção de posse e no mesmo dia a PM já estava na área para fazer cumprir
a mesma.
...
O juiz substituto de Colorado do Oeste, Roberto Gil de Oliveira emitiu a liminar de
manutenção de posse no dia 18 e no mesmo dia envia ofício determinando
escolta policial para fazer cumprir a liminar, ou seja, para acompanhar o oficial de
justiça que deveria ir até o acampamento dar ciência da liminar aos posseiros.
Em seu depoimento no júri, o comandante da operação, o major Ventura explicou
que recebeu o mandato de reintegração de posse em 19/07 e designou um
tenente para acompanhar o oficial de justiça que iria cumprir o mandato, mas
segundo o Major Ventura o Cap. Mena Mendes se ofereceu para a missão, e o
capitão Mena Mendes diz que se ofereceu porque o Major Ventura tinha
designado um aspirante para a missão. Essa afirmação do capitão Mena Mendes
foi desmentida pelo presidente do Inquérito Policial Militar (IPM), coronel Balbi,
pois na ocasião não havia aspirantes na corporação. O Major Ventura, quando
soube do que aconteceu no dia 19 de julho no acampamento, ou seja, a tentativa
frustrada de cumprir o mandato, afirmou que protelou ao máximo o cumprimento
da determinação judicial, porém recebeu pressões do juiz, do poder executivo, via
comando geral da polícia militar, do fazendeiro e de advogados, chegando ao
ponto de ser alertado de que seria processado por desobediência caso não
desse cumprimento àquela ordem. As palavras do major contêm as provas das
pressões que os fazendeiros e políticos fizeram sobre todos.
Na quarta feira de manhã, dia 19 de julho, começou o pesadelo para os
acampados da Santa Elina. Em cima do morro estouraram três foguetes
alertando e avisando que tinha problemas. Era um aviso que havia polícia por
perto. Todos ficaram alertas e se reuniram rapidamente na parte da frente do
acampamento. Por volta das 9 horas da manhã lá estava o capitão Mena Mendes
com trinta e cinco policiais acompanhando o oficial de justiça, no acampamento
dos posseiros. Os posseiros... não permitiram a entrada deles no mesmo. Eles já
traziam duas pessoas presas, uma mulher que saíra para trabalhar, e o secretário
do STR de Corumbiara.
Os posseiros fizeram muito barulho, muitos gritos, músicas e palavras de ordem,
em seguida, fizeram silêncio e o oficial de justiça leu o mandato de manutenção
de posse com voz trêmula.
Neste dia, os posseiros resistiram, e como eram em número muito maior gritaram
e garantiram sua permanência na área. Houve inclusive um confronto e um
posseiro levou um tiro de revólver calibre 38, pelas costas.
Depois dessa visita os camponeses fizeram uma assembléia e comemoraram a
primeira batalha vencida, naquilo que seria uma guerra. No dia 20/07 o mesmo
juiz substituto envia outro ofício requisitando reforço policial para o cumprimento
da liminar, mas o juiz recomenda ponderação e cautela.
Quando o juiz titular, Glodner Luiz Pauletto reassumiu seu cargo encaminhou
ofício ao comando geral da PM em Porto Velho reiterando os ofícios anteriores, o
primeiro dirigido ao comando de Colorado do Oeste e o segundo dirigido ao
próprio capitão Mena Mendes. O ofício foi expedido em 01/08 e recebido no
mesmo dia pelo comandante geral da PM no Estado coronel Wellington Luiz de
Barros Silva em Porto Velho. Nessa data a Companhia de Operações Especiais
(COE) já estava se preparando para ir à Corumbiara.
Enquanto os fazendeiros articulavam tudo para varrer os posseiros do local, os
mesmos recebiam apoio dos vizinhos, de alguns políticos, especialmente o
vereador Manuel Ribeiro, o Nelinho, do Partido dos Trabalhadores e o suplente
de vereador Sebastião Sobrinho, do presidente da Assembléia, do deputado
Daniel Pereira e do Sindicato dos Trabalhadores de Corumbiara (STR).
O vereador Nelinho se movimentava no sentido de colocar a questão nos
noticiários como forma de chamar a atenção para a gravidade da situação, e
acreditava que assim poderia sensibilizar a sociedade para a causa dos
camponeses. Para Nelinho seria também uma forma de proteger os sem terra. O
que Nelinho mais temia era a ação dos jagunços. Nessa altura dos
acontecimentos a ocupação já era notícia nos jornais regionais e nacionais.
Na reunião da Câmara de Vereadores de Corumbiara, no dia primeiro de agosto,
Nelinho comentou sobre a comissão de negociações a qual acompanhava,
cobrou providências das autoridades no sentido de evitar uma tragédia. O
vereador tinha esperança que a liminar fosse suspensa até que a comissão
pudesse fazer alguma coisa. Mas a força do latifúndio se impôs mais uma vez. O
latifúndio fazia pressões sobre juiz, polícia, e o próprio governador. A Sociedade
Rural, braço da União Democrática Ruralista (UDR), pressionava o governador
exigindo o cumprimento da liminar e exigindo que o comandante da polícia de
Vilhena fosse preso por omissão porque protelava o despejo.
(...). Muitos foram omissos.
A correlação de forças era brutalmente desfavorável para os posseiros. Os
opositores dos camponeses puderam agir em todos os sentidos. No plano
jurídico, pressionando juízes, conseguindo liminar em tempo recorde e ofícios
que circularam céleres, colocando as notícias nos jornais e nos demais meios de
comunicação sempre a seu favor e desqualificando os camponeses. No plano
econômico, foi também muito forte a influência dos fazendeiros, pagando
transporte para a tropa, fornecendo alimentação, fornecendo veículos, infiltrando
jagunços junto às tropas e emprestando avião e piloto para a PM sobrevoar a
área do acampamento. Na verdade, ficou caracterizado que o massacre foi
uma empreitada particular, financiada por particulares, onde a polícia
estava a serviço de fazendeiros e até certo modo sob o "comando" dos
mesmos. Antenor Duarte foi visto no QG da PM e seu capataz José Paulo
Monteiro estava tão à vontade naquele lugar, que tirou o posseiro Sérgio dentre
os presos, jogou-o dentro de uma Toyota e nenhum policial, oficial,
subcomandante ou o comandante, "viu". Os camponeses viram e denunciaram
mas suas vozes foram caladas.
Ficaram poucos dias na área, mas o acampamento estava organizado, com
as diversas comissões encarregadas de tarefas que proporcionavam o
melhor andamento possível da vida no mesmo. No dia 08/09, a imprensa de
Vilhena registrou as condições do acampamento e a movimentação dos
camponeses com a chegada da polícia.
O acampamento dos posseiros era vigiado por pessoas da Santa Elina que
informavam ao capitão Mena Mendes sobre os passos dos posseiros. O PM
Walter de Souza informou que no dia 8/08 o capitão Mena Mendes, esteve na
residência do caseiro da Santa Elina, e nesse mesmo dia ele fez reconhecimento
da área do perímetro do acampamento.
Os posseiros ficaram no acampamento somente vinte e quatro dias. Foram
momentos muito marcantes para todos. Momentos de tensão e medo quando o
acampamento era sobrevoado por aviões. Muito medo quando da primeira
tentativa de evacuar a área. Mas estes momentos eram intercalados com outros
de confraternização e muita esperança. A esperança e até uma certa dose de
otimismo surgiu, durante a visita da comissão de negociação, e depois da saída
da mesma.
As conversas foram animadoras e cheias de esperança com a possibilidade de
intervenção daquelas autoridades, para resolver o problema e no mínimo
suspender, ainda que temporariamente, a execução da liminar de manutenção de
posse.
....
No dia 08 de agosto, chega em frente ao acampamento o Comandante Ventura e
a imprensa de Vilhena. Há uma conversa amistosa entre o comando da PM e os
representantes dos posseiros, testemunhada pela imprensa. Depois da
conversa com o Major Comandante, os posseiros comemoraram, pois
pensaram que tinham vencido mais uma batalha. O que eles não sabiam era
que seus opositores estavam ali preparados para fazer uma guerra, uma
guerra contra mulheres, crianças, jovens e velhos. Suas armas de defesa e
caça eram dois revólveres, um calibre 38 e outro 22 e espingardas velhas que
usavam para a caça, e as ferramentas de trabalho, inclusive motosserras,
emprestadas por quem queria ajudar.
Em contrapartida as armas da PM, somente de policiais do 3o Batalhão de Polícia
Militar (BPM), foram: cento e setenta e cinco revólveres calibre 38; doze
escopetas de calibre 12; cinco metralhadoras de 9mm; quatro pistolas; cinco
mosquetes calibre 7,32; e cinco carabinas. Isso sem contar as armas da COE,
dos PM que estavam de férias e estavam a serviço do fazendeiro, e ainda as
armas e munições dos jagunços e da chamada PM2. Somente parte das armas
da PM foram periciadas e só três provas de balística foram positivas. As três
balas eram de revólveres de PM e foram encontrados nos corpos de Hercílio e
José Marconde, posseiros que foram executados sumariamente como atestam os
laudos tanatoscópicos.
....
Na madrugada do dia 09/08 o acampamento da Santa Elina foi cercado por
todos os lados e começou o que foi o massacre de Corumbiara.
Os posseiros foram pegos de surpresa, pois era noite escura e eles
estavam desmobilizados.
Os posseiros foram acordados com bombas de gás lacrimogênio que a todos
sufocavam, tiroteio por longas horas com armas muito pesadas, mulheres foram
usadas como escudo humano pelos policiais e por jagunços. Segundo relatos um
grande número de jagunços, alguns vestidos como policiais entraram infiltrados
no meio das tropas e muitos homens estavam encapuzados. O acampamento
foi totalmente destruído e depois incendiado. Não sobrou nada do que os
camponeses haviam levado para começar o que seria uma vida nova. Tudo
se transformou em pesadelo.
...
Os homens que não morreram ou não conseguiram fugir pela mata foram presos
e obrigados a se deitarem no chão com o rosto na lama e policiais e jagunços
pisavam sobre eles e os espancavam com chutes em todas as partes do corpo e
davam pauladas em qualquer um que ousasse levantar a cabeça. Depois foram
amarrados com cordas e arrastados até o QG da PM, no campo de futebol do PA
Adriana, ..... Os homens ficaram por longas horas, sem água, sem comida,
apanhando e sofrendo todo tipo de humilhações. As mulheres e as crianças
também ficaram presas em cima de caminhões por longas horas sob um sol
escaldante passando fome e sede. Os posseiros foram presos, mortos e
torturados e o acampamento foi completamente destruído. (...) “ (grifos
meus)
Como resultado do massacre, o Poder Judiciário do Estado de
Rondônia levou a julgamento e condenou, injustamente, por homicídio, os
trabalhadores rurais Claudemir Gilberto Ramos e Cícero Pereira Leite Neto, tendo
absolvido a quase totalidade dos policiais militares que participaram e foram os
verdadeiros responsáveis pelo Massacre de vários trabalhadores (homens, mulheres
e crianças indefesos).
“Ou o Brasil acaba com os sem-terras ou os sem-terras acabam com
o Brasil”, “Se eu fosse soldado na hora em que entrei na área e fui
recebido com moto-serra, eu não tinha dúvida: era ele ou eu “ (Frase
dita aos Jurados pelo Promotor de Justiça Tarcísio Leite Matos, ao
postular a Absolvição dos Policiais Militares José Hélio Cysmeiros Pachá e
Mauro Ronaldo Flores Corrêa (exatamente os Tenentes que
comandaram a execução de 03 posseiros com mais de 19 tiros na
cabeça e pelas costas), durante o julgamento pelo Plenário do Tribunal
do Júri de Porto Velho (RO) em 2000, no chamado “Massacre de
Corumbiara”.
A frase pronunciada pelo Promotor de Justiça e destacada acima
demonstra de forma cabal e peremptória toda a parcialidade da investigação e da
condução do processo criminal e, substancialmente, a forma lamentável, como agiram
as autoridades policiais, o Ministério Público e o Judiciário do Estado, no caso
concreto.
Com efeito, não houve ao longo das mais de 10.000 (dez mil) páginas
que informam os autos judiciais nenhuma preocupação em se chegar à verdade real,
de trazer à baila a realidade dos fatos e a forma como efetivamente ocorreram as
ações deletérias adotadas pelos Policiais Militares e por alguns particulares no
massacre aos posseiros.
Enquanto a sociedade clamava por uma investigação séria e profunda,
optou-se pela superficialidade e pela incoerência de uma determinada versão,
extraída das mentes de uns poucos iluminados policiais civis e militares e adotadas
como verdade absoluta e imutável, ao mesmo tempo em que eram desprezados todos
os testemunhos de posseiros, todos os indícios e, substancialmente, a fartura de
provas que borbulhavam na superfície dos autos.
Enquanto as vítimas, ou seja, os posseiros esperavam a punição dos
responsáveis pelas barbáries cometidas, preferiu-se o comodismo da indicação de
alguns “bodes expiatórios” como brindes pelo “árduo trabalho de investigação policial,
do Ministério Público e do Poder Judiciário”.
E para que os poderosos que ordenaram e comandaram o massacre
não ficassem incomodados, ofertou-se a cabeça dos 02 trabalhadores rurais
efetivamente condenados (Claudemir Gilberto Ramos e Cícero Pereira Leite Neto),
apenas como exemplo de que a luta pela afirmação de determinado direito social não
pode cruzar os caminhos ou interferir nos desígnios do poder econômico.
Os trabalhadores rurais injustamente condenados não tiveram êxito nos
Recursos manejados em nenhumas das instâncias do Poder Judiciário brasileiro,
somente encontrado amparo na Comissão Interamericana dos Direitos Humanos
da OEA, que através do Relatório nº 32/04 – Caso 11.556 – Corumbiara – Brasil,
Aprovado pela Comissão em sua sessão nº 1620, de 11 de março de 2004,
reconheceu a omissão e as violações de direitos humanos de responsabilidade do
Estado Brasileiro na investigação e punição dos verdadeiros responsáveis pelo
massacre e determinou a adoção de uma série de providências ainda não adotadas a
termo pelo Estado Brasileiro.
Nesse sentido, o seguinte trecho do relatório:
“(...)
VI. CONCLUSÕES.
305. Com base nas considerações de fato é de
direito expostas anteriormente, a Comissão Interamericana
reitera sua conclusão em relação a que o Estado brasileiro é
responsável pela violação do direito à vida, à integridade
pessoal, à proteção judicial e a garantias judiciais, consagrados
nos artigos 4, 5, 25 e 8, respectivamente, da Convenção
Americana, em detrimento dos trabalhadores sem terra
identificados neste relatório, em virtude das execuções
extrajudiciais, lesões à integridade pessoal e violações da
obrigação de investigar, do direito a um recurso efetivo e das
garantias judiciais, cometidas em prejuízo daqueles. A
Comissão também determina que o Estado violou seu dever de
adotar disposições de direito interno, nos termos no artigo 2 da
Convenção Americana, deixando também de cumprir a
obrigação que lhe impõe o artigo 1.1 de respeitar e garantir os
direitos consagrados na Convenção. A CIDH conclui também
que o Estado brasileiro violou os artigos 1, 6 e 8 da Convenção
Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura. (...)”.
Como um prenúncio das consequências das omissões do Estado
brasileiro neste episódio, que jamais foi enfrentada na perspectiva indicada pela
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, informa-se que mais uma vítima da
luta no campo foi contabilizada na triste estatística da violência que grassa livremente
em diversos Estados e Regiões do País.
Com efeito, uma das vítimas sobreviventes do Massacre de Corumbiara
e Líder do Movimento Camponês Corumbiara, o trabalhador rural Adelino Ramos, que
é pai de um dos trabalhadores injustamente condenado no episódio de que trata esse
projeto de lei (Claudemir Gilberto Ramos), foi assassinado no último dia 27 de maio
de 2011, no Município de Vista Alegre de Abunã (RO), por um pistoleiro já identificado
e conhecido na região e que, sabidamente trabalha por encomenda dos que não
admitem a organização, as lutas, as denúncias e as reivindicações dos trabalhadores
que atuam na região.
Trata-se de um crime que veicula um duro recado aos trabalhadores
rurais da região e de resto, de todo o País, no sentido de que o “Massacre de
Corumbiara” não foi suficiente para eliminar todas as lideranças e focos de resistência
daqueles que visualizam um País mais justo e solidário, nos termos do Artigo 3º da
Constituição Federal, de modo que os focos de resistência dos trabalhadores devem
ser eliminados.  Como se observa, para além de enfrentar de forma acerba a violência
que vem sendo desencadeada contra trabalhadores e lideranças rurais, o Estado


brasileiro tem um compromisso inadiável de reparar, através dos meios judiciais e
materiais disponíveis, todas as violações que foram perpetradas contra os
trabalhadores rurais em Corumbiara.
Assim, a anistia aos trabalhadores condenados é apenas uma parte
dessa reparação que deverá ser buscada e exaurida pelo País.
É com esse espírito que apresento o vertente projeto de lei, para o qual
espero ao apoio de meus pares.
Sala das Sessões, em ...... de agosto de 2011.
João Paulo Cunha
Deputado Federal PT/SP

Instituto Nacional Adelino Ramos

Um herói nunca morre! a prova está aí,foi criado o Instituto Adelino Ramos,para beneficiar,apoiar e sobretudo acompanhar nossos irmãos,Companheiros,Camaradas, que fazem da terra a verdadeira benção dos céus!para plantar,colher e criar com dignidade suas familias.
Avante companheiros   venham se juntar a nós no link que estarei vos repassando para mostrar que a luta não para que a luta continua até a vitória final!!

HASTA LA VICTÓRIA SIEMPRE!!!!


http://institutonacionaladelinoramos.blogspot.com/

ama flagra desmate de 1,2 mil ha em Altamira e pode voltar a apreender gado no Pará




O Ibama interrompeu há uma semana (21/06) um grande desmatamento dentro da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, em Altamira, no sudoeste do Pará. No local, distante apenas dois km do Parque Nacional da Serra do Pardo, os fiscais encontraram mais de 1,2 mil hectares de florestas já destruídos. Dois envolvidos no desmate foram multados cada um em R$12,3 milhões e conduzidos à Polícia Federal, onde responderão criminalmente pelos danos ao meio ambiente.
Os agentes chegaram à área de helicóptero, depois de identificar o desmatamento por meio de imagens de satélite. “Essa região é importante para a proteger reservas de grande valor ambiental para o país, como a Estação Ecológica da Terra do Meio. Apesar disso, as árvores estavam sendo derrubadas sem autorização ambiental, em rítmo acelerado, com o emprego de cerca de 30 motosserristas”, disse o coordenador da ação do Ibama, o analista ambiental Alessandro Queiroz.
Um dos dez municípios que mais desmatam no Pará, Altamira teve cerca de 900 cabeças de gado apreendidas durante a operação Disparada, deflagrada no final de março deste ano para combater a pecuária em áreas embargadas na Amazônia Legal. Após a primeira investida da operção, quando 1,4 mil animais foram apreendidos só no Pará, o órgão ambiental interrompeu as apreensões e firmou um pacto pelo desmatamento zero. Além de Altamira, municípios da região de Redenção e São Félix do Xingu, também alvos da operação Disparada, firmaram o compromisso com o Ibama.
“Com o surgimento de novos desmates, essas regiões voltam a ser prioritárias para novas apreensões de gado”, avisa o chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama no Pará,  Paulo Maués. No mês de maio de 2011, o Inpe detectou o desmate de 65,5 Km2 de florestas no Pará, o terceiro maior entre os estados da Amazônia, atrás de Mato Grosso (93,7) e Rondônia (67,9). Ainda assim, haverá aumento da fiscalização no Pará, com a chegada de mais fiscais vindos de vários estados do país.

Novos desmates

Os fiscais também flagraram um desmatamento com 101 hectares em Floresta do Araguaia, a 130 km de Redenção, no sudeste do estado. Dois tratores de esteira D60, uma caminhonete F 1000 e uma motosserra foram apreendidos na propriedade. O dono da área está sendo procurado e será multado em cerca de R$ 500 mil. Próximo dali, o Ibama ainda apreendeu outro trator de esteira desmatando cerca de dois hectares de vegetação de transição entre cerrado e floresta amazônica. O proprietário, além de perder a máquina, acabou autuado em R$7,8 mil.
Nelson Feitosa
Ascom/Ibama/PA
foto: Alessandro Queiroz – Ibama

Fazenda Brasil, artigo de Ana Valéria Araújo



Como a alta mundial nos preços dos alimentos e o valor da terra em todo o planeta abriram a porteira para a corrida ao estoque de floresta virgem agricultável da Amazônia
[O Estado de S.Paulo] O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou aumento de 35% no desmatamento na Amazônia, após a queda que vinha sendo registrada desde 2008. Apenas no primeiro semestre de 2011 cortaram-se mais árvores do que em 2010 inteiro, quando se verificou a menor taxa desde o início da série histórica de medição do Inpe.
A diminuição da área desmatada foi fruto de medidas do governo em resposta ao recorde de 26 mil km² desmatados em 2004 e ao assassinato de Dorothy Stang, em 2005. Uma medida importante foi a vinculação de financiamentos para a agricultura à adoção de práticas de produção que respeitem a natureza.
A criação de unidades de conservação e a demarcação de terras indígenas no governo Lula, somando 75 milhões de hectares, possibilitou a construção de um muro de proteção que freou o ímpeto das frentes de exploração predatória no coração da floresta. O que foi protegido equivale à extensão do que havia sido destruído nos últimos 30 anos. Além disso, o governo estabeleceu unidades de conservação em plena rota de expansão da pecuária e da agricultura na Amazônia.
Ocorre que, desde 2008, se renovaram as pressões sobre o espaço amazônico decorrentes do crescimento da demanda mundial por alimentos, que causou a alta nos preços da comida em 2010. Isso acionou a corrida pela ocupação e controle dos estoques de terras virgens e agricultáveis, que serão usados para o abastecimento da população mundial, estimada em 9 bilhões em 2050.
Como a Amazônia é um desses estoques, o preço da terra na região explodiu. Nos últimos três anos, a valorização da terra no Mato Grosso alcançou o índice de 636%, chegando a 687% no Amapá. Nos últimos 12 meses, a procura por pastagens de gado em Monte Alegre, Alenquer e Oriximiná, no Pará, fez o hectare valorizar 84% nessas cidades. Esse aumento é impulsionado por fundos de investimento internacionais, que direcionaram recursos na compra de terras no País.
A situação propicia novos incentivos para a indústria da invasão de terras públicas na Amazônia, que tem o desmatamento como o estágio inicial do seu plano de negócios. O corte da floresta tornou-se a senha para requerer ao governo a regularização de uma área ocupada, sob a alegação de que se está explorando a terra para fim econômico. A Medida Provisória 174 legalizou em 2008 67 milhões de hectares ocupados irregularmente.
Essa valorização da terra explica o recrudescimento da violência na região, pois acirra as disputas pelo estoque fundiário, opondo índios, seringueiros e trabalhadores aos operadores da indústria da invasão, que precisam da terra limpa de gente e mata para seus negócios. Desmatamento e assassinatos andam de mãos dadas na Amazônia.
É o caso do Polígono da Violência, no sudeste do Pará, que abriga 14 cidades com recordes de assassinatos, numa média de 91 para 100 mil habitantes, superior a Honduras, país mais violento do mundo. Em Nova Ipixuna, ali situada, foram mortos, em maio, os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo.
O conjunto desses fatores explica a alteração que se pretende fazer no Código Florestal. Com o alto preço da terra em todo o País, cresce a pressão para liberar mais áreas para exploração. O Código em vigor impede essa expansão, pois estabelece o adequado balanço entre o que pode ser explorado e o que deve ser preservado em cada propriedade.
Sendo assim, o aumento do desmatamento não é consequência das mudanças que se anunciam no Código, nem um efeito antecipado das alterações que aguardam a chancela do Congresso. É justamente o contrário. O Código que os ruralistas esperam afinal aprovar ainda em 2011 simplesmente legitima o que já é a dura realidade no campo, onde o poder do agronegócio não conhece limites e só encontra paralelo na força dos fazendeiros no Brasil do século 19.
A recente campanha publicitária financiada por empresas do agronegócio mundial, que quer nos fazer acreditar que há orgulho em nos transformar em “uma grande fazenda chamada Brasil”, revela a concepção que o setor tem do País: uma terra com porteira, cadeado e poucos donos. Infelizmente, uma fazenda onde os horizontes da cidadania e do desenvolvimento ficarão sempre limitados pela cerca de arame farpado.
ANA VALÉRIA ARAÚJO É COORDENADORA DO FUNDO BRASIL DE DIREITOS HUMANOS E MEMBRO DO CONSELHO DO INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL
Artigo originalmente publicado em O Estado de S.Paulo.

três fazendeiros e um ‘gato’ são denunciados por utilização de mão-de-obra escrava em lavouras de café




Endividados e ameaçados, trabalhadores não tinham contrato de trabalho e viviam em condições degradantes; muitos dormiam no chão e 50% do que recebiam eram destinados ao pagamento de alimentação
O Ministério Público Federal em Marília (SP) denunciou três fazendeiros e um ‘gato’ (profissional que contrata e fiscaliza trabalhadores rurais durante a execução das tarefas) por utilização de mão-de-obra escrava em lavouras de café nos municípios de Garça e Vera Cruz, no interior paulista.
A existência do trabalho escravo foi descoberta por auditores fiscais do Ministério do Trabalho, durante fiscalização realizada entre os dias 15 a 19 de junho de 2009. Todas as propriedades pertenciam a Romildo Perão, Neuza Cirilo Perão e Ronaldo Perão, que atuavam em conluio com o ‘gato’ Vanduir Aparecido dos Santos, que contratava os trabalhadores, prometendo bons ganhos.
No Sítio Engenho Velho, no município de Garça, foi encontrada a pior situação. Lá, 21 trabalhadores eram mantidos em condições de escravidão. Santos era responsável por fornecer todos os produtos que eram consumidos e mantinha as dívidas anotadas em uma caderneta. Endividados, os trabalhadores viviam sob constante ameaça e tinham restrita liberdade de locomoção.
Segundo o procurador da República Célio Vieira da Silva, autor da denúncia, os trabalhadores viviam em alojamentos “indignos de ocupação humana”. Neles não havia janelas e as paredes eram repletas de frestas e rachaduras. Além disso, os trabalhadores não tinham cama, nem cobertores. Sob uma temperatura média que variava, durante as noites, entre 6 e 11 graus, eram obrigados a dormir no chão, protegidos apenas por sacos de adubo ou calcário vazios.
A imensa maioria dos trabalhadores não tinha nenhum tipo de registro trabalhista e todos recebiam salários abaixo do piso, com descontos irregulares a título de alimentação e vestuário. “Os trabalhadores laboraram por produção (R$ 6,00 a saca de café) e pagavam a título de alimentação ao empreiteiro R$ 3,00 por saca”, revelou o relatório elaborado pelos auditores fiscais do trabalho.
No Sítio Santa Euclides, Fazenda Três Irmãos e Nova Mandaqui, todos em Garça, e Fazenda Santa Paulina, em Vera Cruz, os auditores lavraram 38 autos de infração, envolvendo 202 trabalhadores que não tinham registro trabalhista, não receberam equipamentos de segurança e moravam em “alojamentos inservíveis à moradia de seres humanos”.
Nessas propriedades, as moradias eram construídas em madeira, algumas cobertas com papelão ou lona, com buracos e frestas nas paredes. Também não haviam camas nem lençóis ou cobertores. “Várias famílias eram mantidas no mesmo alojamento, com separação precária por pedaços de pano ou telhas de eternit, partilhando cozinhas, tanques e pias e sem nenhuma privacidade”, apontou a denúncia.
Nesses alojamentos não foram encontrados banheiros nem fossas sépticas. Num dos alojamentos havia um único vaso sanitário e chuveiro, a mais de 50 metros de distância, para uso de mais de 20 pessoas e, ainda, com esgoto correndo a “céu aberto” em meio às moradas.
Durante a fiscalização trabalhista foi regularizada a situação de todos os trabalhadores, com registro em Carteira de Trabalho, rescisão contratual e pagamento de todos os direitos trabalhistas. Também foram emitidos os requerimentos de seguro desemprego e todos receberam ajuda para regressar às suas regiões de origem.
Os agricultores e o ‘gato’ foram denunciados com base no artigo 149 do Código Penal, que trata da redução à condição análoga à de escravo e prevê pena de reclusão de dois a oito anos, que poderá ser aumentada em até 2/3 em razão dos vários crimes praticados em continuidade. Todos também responderão por atentado contra a liberdade de trabalho (art. 197) e frustração de direito assegurado por lei trabalhista (art. 203).
Fonte: Procuradoria da República em São Paulo

Políticas de direitos territoriais quilombolas sofrem entraves de toda ordem


:
Os direitos territoriais das comunidades negras não estão garantidos
A socióloga Vera Rodrigues conduz um estudo de doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) sobre as políticas públicas de reconhecimento de direitos territoriais nos quilombos brasileiros e nos palenques (os equivalentes colombianos),  a fim de descobrir como os governos estão construindo políticas para comunidades negras. Os projetos governamentais analisados por ela são o Programa Brasil Quilombola, no caso brasileiro, e a Lei 70, na Colômbia. Segundo a pesquisadora, ambos têm eficácia limitada.
Vera conta que as ações destinadas a estes grupos começaram a surgir a partir da década de 1980, não apenas no Brasil. Ela destaca que a Colômbia é o segundo país da América Latina em quantidade de negros, só perdendo para o Brasil, o que demonstra a importância dessas políticas.
Sua tese, intitulada Entre Quilombos e Palenques: um estudo antropológico sobre políticas públicas de reconhecimento no Brasil e na Colômbia, é orientada por Carlos Henriques Moreira Serrano. Ela atesta que tais políticas sofrem entraves nos mais diversos níveis para sua completa realização. A titulação, por exemplo, que é a etapa que garante legalmente o direito à terra, sofre com os conflitos de interesses entre as comunidades e grandes proprietários. A etapa seguinte, que é garantir materialmente o direito à terra (isto é, implantar energia elétrica, acesso a escola, etc), é ainda mais complicada em ambos os países. E na Colômbia, ainda há a questão do conflito armado para dificultar. Segundo Vera, esta é apenas a face visível do problema, que possui desdobramentos em muitos setores.
Vera realizou diversas visitas às comunidades
A pesquisadora destaca ainda que, embora as políticas públicas tenham falhas tanto no papel quanto em sua efetivação, crescem os esforços para que elas se realizem. Os movimentos sociais, por exemplo, estão pressionando cada vez mais as autoridades para terem seus direitos garantidos. É importante lembrar que os territórios cujas posses são reivindicadas pelas comunidades já são ocupados por elas há décadas, faltando, entretanto, o reconhecimento formal. Vera destaca que os governos reconhecem oficialmente o problema, mas que ainda não conseguiram, por intermédio destas políticas, sanar o problema.
Para se ter uma ideia de como o papel não reflete a realidade, na Colômbia a titulação já está realizada em 90% dos territórios, mas isso não significa que a situação esteja calma por lá. O chamado desplaziamento, uma migração forçada das populações locais para outras áreas, é uma realidade nessas áreas de conflito. Embora hajam entidades como a Associação Nacional de Afrocolombianos Desplazados (AFRODRES) e o Internal Displacement Monitorin Centre (IDCM) para fiscalizá-lo, ele ainda é um problema social grave e um dos maiores desafios a serem enfrentados pelo vizinho sul-americano.
Reivindicação na Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial

Resistência
Para seu estudo, Vera participou de conferências sobre o assunto, além de entrevistar lideranças negras, ativistas e políticos em ambos os países. Ela pode perceber que as regiões em disputa estão em conflito social altamente violento, sofrendo pressões de todos os lados para que seu direito não seja reconhecido. Entretanto, ela acrescenta que a resistência da comunidade negra é muito forte e vem crescendo. “Eles procuram pensar nas possibilidades, em seus horizontes de vida”, diz a socióloga.
Para a pesquisadora, uma das particularidades do processo político na Colômbia é que lá as próprias comunidades participaram da elaboração das políticas. Elas têm representação no Congresso, com a presença de uma bancada afro-colombiana desde os anos 1990. No Brasil, este processo está apenas começando, tendo algumas poucas iniciativas como a Frente Parlamentar em Defesa da Luta Quilombola, de São Paulo.
Vera reconhece a dificuldade para a implantação e verdadeira efetivação das políticas em favor da comunidade negra, mas acredita que isso seja possível. Além disso, ela acrescenta que deseja proporcionar visibilidade e retorno social às pessoas envolvidas em sua pesquisa, tornando a situação visível nos aspectos sociais e políticos.

Banco Santander suspende financiamento para polêmica hidrelétrica brasileira no rio Madeira



O maior banco da Europa, o Banco Santander, suspendeu o financiamento para a controversa barragem de Santo Antônio no Brasil, baseado em preocupações ambientais e sociais.
A decisão é um duro golpe para o projeto, parte de uma série de barragens planejadas para a Amazônia que geraram protestos no Brasil e no mundo. Em fevereiro deste ano, três líderes indígenas da Amazônia viajaram para a Europa para protestarem contra as barragens.
Santo Antônio e outra barragem, Jirau, estão ambas sendo construídas no rio Madeira, a um custo estimado de US$ 15 bilhões. As barragens irão devastar grandes números de indígenas, inclusive índios isolados, cuja presença próxima das barragens tem sido documentada pelo governo.
Relata-se que o Santander iria fornecer cerca de US$ 400 milhões para o projeto, mas agora suspendeu o seu financiamento a espera de novos estudos de impactos ambientais e sociais por parte das autoridades brasileiras.
Muitas organizações ao redor do mundo, incluindo a Survival International, apelaram para que o projeto seja suspenso. Valmir Parintintin, líder de uma comunidade indígena Parintintin, declarou, ‘O governo até agora não chegou com nós comunicando o que vai acontecer com a hidrelétrica. O mercado, o supermercado do indígena é o rio… Se fazem a hidrelétrica como fica a cultura do índio? Alguem vai trazer comida aquí? Não. Ninguém vai trazer. Isso é a preocupação de a gente’.
O diretor da Survival, Stephen Corry, disse hoje, ‘A única coisa que esta barragem tem gerado até agora é um grande aumento de ultraje público com a forma como o governo está aparentemente preparado para passar por cima dos povos indígenas em nome do ‘desenvolvimento’. Esperamos que a decisão do Santander enviará um poderoso sinal para as autoridades no Brasil, e que talvez agora eles realmente ouvirão as pessoas cujas terras estão sendo destruídas com a construção dessas barragens’.

Liminar suspende lei de isenção de ICMS das Usinas do Madeira




Liminar suspende lei de isenção de ICMS das Usinas do Madeira
O Ministério Público de Rondônia obteve liminar na Justiça, por meio de ação civil pública, determinando a suspensão da eficácia da Lei 2.538/2011, e por consequência, que a Secretaria de Estado de Finanças se abstenha de proceder à exclusão dos créditos tributários lançados de janeiro de 2008 até a presente data, especificados na planilha feita pela Sefin, bem como que aquela Secretaria suspenda a análise dos pedidos de exclusão dos créditos tributários com a finalidade prevista na referida lei.
A Juíza Inês Moreira da Costa, que deferiu o pedido da liminar, determinou ainda que a Sefin se abstenha de fornecer certidão negativa tributária valendo-se da pretendida exclusão.
A ação foi ajuizada pelos Promotores de Justiça Geraldo Henrique Ramos Guimarães e Alzir Marques Cavalcante Júnior. A lei 2.538/2011 isentou de cobrança de ICMS as importações de máquinas, aparelhos, equipamentos, suas partes e peças e outros materiais, sem similar nacional, e a aquisição e transferência interestadual de bens destinados a integrar o ativo imobilizado, adquiridos para a construção e operação das Usinas Hidrelétricas e linhas de transmissão de energia elétrica relacionados às Usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.

PA: MPF quer investigação e proteção a lideranças ameaçadas por madeireiros, grileiros e pistoleiros




Em Altamira, deve ser iniciada investigação sobre invasão e ameaças a Raimundo Belmiro da Resex Riozinho do Anfrísio. Em Marabá, familiares de Zé Cláudio e Maria devem ser protegidos
Em ofícios enviados a Polícia Federal e às autoridades de segurança pública do Pará, procuradores da República em Belém, Marabá e Altamira solicitaram investigação rigorosa e medidas de proteção urgentes para lideranças ameaçadas por madeireiros, grileiros e pistoleiros. A preocupação é com a vida e a segurança de Raimundo Belmiro, da Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, em Altamira e dos familiares de Zé Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna.
Em um dos ofícios, para a PF, o procurador Cláudio Terre do Amaral pede abertura de inquérito criminal para apurar ameaças a Raimundo Belmiro. Ele vem denunciando ameaças de madeireiros que estão invadindo a Resex do Riozinho do Anfrísio para derrubadas ilegais. Circula na região a informação de que teriam até oferecido um preço pela sua morte: R$ 80 mil.
No documento em que pede a instalação do inquérito, o procurador recomenda que Raimundo Belmiro seja ouvido pela PF e que o Instituto Chico Mendes (ICMBio), responsável pela administração da Resex, envie todas as informações e documentos que têm sobre as invasões de madeireiros e a presença de pistoleiros na reserva.
Zé Cláudio e Maria – Nos outros documentos, dirigidos às Secretarias de Segurança Pública e de Justiça e Direitos Humanos do Pará, os procuradores Tiago Rabelo, de Marabá, Ubiratan Cazetta e Felício Pontes Jr, de Belém, pedem a inclusão em programas de proteção dos familiares de Zé Cláudio e Maria do Espírito Santo, ameaçados possivelmente pelos mesmos criminosos que assassinaram o casal, no Assentamento Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna.
O duplo homicídio do casal de ambientalistas, concretizado em 24 de maio passado depois de várias ameaças, completou essa semana três meses sem que os executores ou mandantes tenham sido presos. A Polícia Civil do Pará chegou a anunciar as identidades dos assassinos, mas eles permanecem foragidos.
Em pelo menos duas ocasiões recentes, as famílias de Laisa Santos Sampaio, irmã de Maria do Espírito Santo, e Claudelice Silva dos Santos, irmã de Zé Cláudio, sofreram ameaças e tiveram os terrenos invadidos. No último episódio, tiros foram disparados próximo à casa de Laísa, atingindo o cachorro da família.
O procurador Tiago Rabelo, de Marabá, recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, para que seja reconhecida a competência da Justiça Federal para atuar no caso. Para o MPF, o motivo dos assassinatos foi a invasão de grileiros em lotes do assentamento e, como as terras são da União, o caso deve tramitar na esfera federal.
O recurso foi enviado para o TRF1 no dia 5 de agosto, mas até agora o Tribunal não distribuiu o caso para um dos desembargadores federais. Só depois da distribuição o TRF poderá arbitrar a quem cabe a competência para julgar o caso de Zé Cláudio e Maria.
Fonte: Ministério Público Federal no Pará

‘Todas as lideranças no Pará já foram ameaçadas de morte’, diz dirigente ‘jurado’ do MST



O Estado do Pará recebeu, nos últimos 15 anos, um título indesejado: o de campeão absoluto em assassinatos no meio rural. Entre 1996 e 2010, das 555 mortes no campo registradas em todo o país, 231 (41,6%) ocorreram no Pará, segundo relatórios da CPT (Comissão Pastoral da Terra). O Estado também está no topo do ranking de ameaças de morte, com pelo menos 30 camponeses “jurados” ao longo do ano passado.
“Todas as lideranças no Pará já receberam ameaças. É a coisa mais comum por aqui”. A afirmação é de Ulisses Manaças, 37, dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Pará. No final de 2009, após atender ligações de um indivíduo que prometia matá-lo, o ativista registrou boletim de ocorrência e procurou o governo federal para ser incluído no programa de proteção à pessoa ameaçada.
No final de 2010, um ano após a denúncia, Manaças conta que fez uma longa entrevista com defensores públicos do Pará. “Me perguntaram tudo, o que eu fazia, qual era a proteção que eu achava necessária, quem poderia estar por trás das ameaças”, afirma. Em janeiro passado, policiais do programa foram à casa do ativista, que fica em um assentamento em Mosqueiro (a 75 km de Belém), para analisar se havia segurança no local.
Desde então, segundo o ativista, nenhuma autoridade entrou em contato. “Dizem que eu fui incluído no programa, mas nunca me notificaram ou me procuraram”, diz. Manaças relata que quase foi morto em 2002, no município de Tucuruí (a 480 km de Belém), quando um pistoleiro disparou contra ele. “Era umas 10h da noite e eu estava na rua com outro companheiro. Um homem saiu de trás de um bar, veio em nossa direção e disparou três tiros, mas não nos acertou. Corremos muito”, afirma.
A Defensoria Pública do Pará orientou a reportagem a procurar o defensor Márcio Cruz para saber se Manaças foi incluído no programa de proteção a pessoas ameaçadas de morte, mas até o início da noite ele não foi localizado. A reportagem também procurou a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, responsável pelo programa, mas não obteve uma resposta sobre as declarações do líder do MST.
Onda de mortes
O tema da violência no campo voltou à tona na semana passada, quando quatro camponeses foram mortos em menos de cinco dias. Três mortes ocorreram em Nova Ipixuna (a 625 km de Belém): o casal de castanheiros José Cláudio Ribeiro da Silva, 52, e Maria do Espírito Santo da Silva, 50, ativistas que denunciavam a ação ilegal de madeireiros, foi executado na terça-feira (24); no domingo (29), foi encontrado o corpo de Eremilton Pereira dos Santos, 25, que morava no mesmo assentamento do casal.
Na sexta-feira (27), a vítima foi Adelino Ramos, o Dinho, liderança do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), assassinado enquanto vendia verduras em Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho (RO). Dinho foi um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara –ocorrido em agosto de 1995, no qual pelo menos 12 pessoas morreram nas mãos de pistoleiros e PMs– e também denunciava a atuação de madeireiros.
No Pará, a porção Sudeste concentra os conflitos fundiários e possui as mais altas taxas de homicídios em todo o país. A região, originalmente povoada por comunidades tradicionais –indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos–, sofreu um crescimento populacional nas décadas de 60 e 70, quando migrantes nordestinos chegaram ao Pará para trabalhar em grandes obras financiadas pelo governo federal, como a construção das rodovias Belém-Brasília e Transamazônica, ou para trabalhar na mineração.
Também na década de 70, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) incentivou a abertura de fronteiras agrícolas nas bordas da Amazônia, o que atraiu fazendeiros das regiões Sul e Sudeste e aumentou a grilagem [falsificação de documentos] de terras públicas. Desde então, o Sudeste paraense passou a ser cenário de conflitos pela posse da terra.
“Antes a disputa era entre camponeses e fazendeiros, criadores de gado. Hoje é com madeireiro, mineradores, é com a indústria de soja, de biodiesel”, diz o ativista. “A violência está no DNA da estrutura social fundiária brasileira. Na raiz de tudo está a disputa pelo território. Só a democratização do acesso à terra e aos bens naturais minimizará ao extremo a violência no campo”, afirma Manaças.
O líder do MST defende maior presença do poder público em áreas conflituosas. “Os crimes acontecem onde o Estado não está atuando. É preciso ampliar a presença do Estado, não só na repressão, mas nas políticas sociais, na implantação de infraestrutura.”
Manaças acredita que a aprovação das mudanças no Código Florestal deve acirrar ainda mais a disputa pela terra e os conflitos no campo. “Foi dado o aval para diminuir as áreas de reserva. A flexibilização vai provocar uma corrida pelo desmatamento na região Amazônica. Vai aumentar a grilagem de terras e a pressão sobre as comunidades tradicionais, que vivem do extrativismo”, diz.
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Acompanhamento de Proposições
Brasília, terça-feira, 30 de agosto de 2011
 
Prezado(a)
Informamos que as proposições abaixo sofreram movimentações.

 
  • PL-02000/2011 - Concede anistia aos trabalhadores rurais de Rondônia punidos no episódio conhecido como "Massacre de Corumbiara".
 - 29/08/2011 Às Comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e Constituição e Justiça e de Cidadania (Mérito e Art. 54, RICD) Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário Regime de Tramitação: Ordinária

 
 

PL 2000/2011 Inteiro teor
Projeto de Lei


Situação: Aguardando Encaminhamento na COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP)

Identificação da Proposição

Apresentação
10/08/2011
Ementa
Concede anistia aos trabalhadores rurais de Rondônia punidos no episódio conhecido como "Massacre de Corumbiara".

Informações de Tramitação

Forma de Apreciação
Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário
Regime de Tramitação
Ordinária

Despacho atual:
Data Despacho
29/08/2011 Às Comissões de
Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e
Constituição e Justiça e de Cidadania (Mérito e Art. 54, RICD)
Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário
Regime de Tramitação: Ordinária

Última Ação Legislativa

Data Ação
29/08/2011 Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA ) 
Às Comissões de
Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e
Constituição e Justiça e de Cidadania (Mérito e Art. 54, RICD)
Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário
Regime de Tramitação: Ordinária

Documentos Anexos e Referenciados

  • Legislação citada
  • Histórico de Pareceres, Substitutivos e Votos(0)
  • Recursos (0)
  • Redação Final
  • Mensagens, Ofícios e Requerimentos (0)
  • Relatório de conferência de assinaturas

Cadastrar para acompanhamentoTramitação

Obs.: o andamento da proposição fora desta Casa Legislativa não é tratado pelo sistema, devendo ser consultado nos órgãos respectivos.
Data Ordem Decrescente Andamento
10/08/2011
PLENÁRIO (PLEN )
  • Apresentação do Projeto de Lei n. 2000/2011, pelo Deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que: "

    "Concede anistia aos trabalhadores rurais de Rondônia punidos no episódio conhecido como "Massacre de Corumbiara."

    ". Inteiro teor
10/08/2011
COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP )
  • Publicação inicial no DCD do dia 11/08/2011
29/08/2011
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA )
  • Às Comissões de
    Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e
    Constituição e Justiça e de Cidadania (Mérito e Art. 54, RICD)
    Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário
    Regime de Tramitação: Ordinária Inteiro teor
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