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Justiça é o que  quero!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Justiça Seja Feita!!!

Cansados de esperar  por uma indenização do governo, os camponeses, vítimas do conflito, pretendem ir a Brasília na esperança de que seja feita Justiça pela morte de nove pessoas e pelas dezenas de feridos deixados pelos policiais e pistoleiros que, em agosto de 1995, expulsaram as 600 famílias acampadas na fazenda Santa Elina, no município rondoniense de Corumbiara. As imagens e relatos de Corumbiara percorrem o mundo, gerando indignação por onde passam.” Ato de Solidariedade às Vítimas de Santa Elina”

Subscrito pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e pelos Centros Acadêmicos de Medicina, de Pedagogia e de Geografia da Unir, Wenderson Francisco dos Santos – “o Ruço, camponês liberto após anos de tortura na cadeia, onde era mantido por um crime que não cometeu”.


2 – TEXTO ENCICLOPÉDICO


Convém reiterar que os organizadores do ato não estão exagerando nem um pouco quando informam sobre a repercussão planetária do episódio, conforme se pode avaliar a partir de um trecho extraído da Wikidésia – enciclopédia virtual que circula pelas infovias em idiomas vários -, onde se descreve o ocorrido naquele 1995.

“Na madrugada do dia 09 de agosto, 194 policiais, inclusive 46 da Companhia de Operações Especiais (COE) e outro tanto de jagunços e guachebas fortemente armados, cercaram o acampamento e começou o massacre de Corumbiara. Desde a véspera o acampamento já estava sitiado mas os posseiros não tinham conhecimento disso, pois quem tentava sair ou chegar, era preso. O isolamento foi total e o cerco se fechou de madrugada.

Os camponeses que viveram vinte e cinco dias na esperança da terra prometida, de repente abismaram-se num inferno dantesco, onde homens foram executados sumariamente, mulheres foram usadas como escudos por policiais e jagunços, 355 pessoas foram presas e torturadas por mais de vinte e quatro horas seguidas e o acampamento foi destruído e incendiado com todos os parcos pertences dos posseiros. O acampamento foi atacado de madrugada com bombas de gás que a todos sufocava, especialmente as crianças. O tiroteio era ensurdecedor.

Naquele dia morreram onze pessoas, inclusive a pequenina Vanessa, de apenas seis anos, cujo corpinho foi trespassado por uma bala ‘perdida’. Cinqüenta e cinco posseiros foram gravemente feridos. O bispo de Guajará Mirim recolheu amostras de ossos calcinados em fogueiras do acampamento e enviou à Faculté de Médicine Paris-Oeste que confirmou a cremação de corpos humanos. Ninguém foi responsabilizado pelas torturas que aquelas pessoas sofreram, os órfãos e as viúvas estão desamparados, existe gente desaparecida até hoje, e muitos trabalhadores estão debilitados física e emocionalmente, impossibilitados de trabalhar por seqüelas causadas pelos maus tratos recebidos durante a ‘desocupação’ da fazenda Santa Elina.

3 – CLODOMIR DE MORAES

O Júri Popular que aconteceu em Porto Velho no período de 14/08 a 06/09 de 2000 comprovou que a justiça brasileira, especialmente em Rondônia, está a serviço do latifúndio. A condenação dos sem terra Cícero Pereira Leite Neto e Claudemir Gilberto Ramos, mesmo sem prova nos autos, e a exaltação, pelo próprio Ministério Público, dos oficias que executaram aquela ação repressiva e criminosa coordenada e financiada por fazendeiros, foi prova evidente que a impunidade prevalece e que o crime do latifúndio contra o campesinato ainda compensa”.
Quanto a Clodomir, este baiano de Santa Maria da Vitória foi jornalista dos Diários Associados antes de formar-se em Direito pela UFPE e eleger-se deputado estadual em Pernambuco, destacando-se como um dos dirigentes da Ligas Camponesas - o que lhe custou dois anos de prisão, torturas, cassação e um longo exílio imposto pelo golpe militar de 1964. Contratado pela ONU, dirigiu projetos do órgão em Honduras, Panamá, México, Portugal e Nicarágua, além de assessorar as reformas agrárias do Peru, de Costa Rica, de Angola, de Moçambique e da Guiné Bissau.

Fez especialização em Antropologia Cultural na Faculdade de Direito do Chile, em Reforma Agrária, no Icira de Santiago, e doutorado em Sociologia na Universidade de Rostock, Alemanha. Foi professor residente na Universidade Autônoma de Chapingo no México e outras universidades brasileiras. Ademais foi conferencista nas Universidades de Manchester (Inglaterra), Berlim (Alemanha), Wisconsin (Estados Unidos) e em diversas universidades públicas hispano-americanas.

Clodomir Santos de Morais tem 22 livros publicados, a maioria em espanhol e português, destacando-se a sua famosa cartilha “Teoria da Organização”, com mais de 300 edições em 43 países. Os seus Laboratórios Organizacionais de Capacitação Massiva para Gerar Emprego e Renda têm tido grande êxito na América Latina, Europa e África. É “Doutor Honoris Causa” pela Unir e, como se vê, não se dá descanso. Os deuses o preservem.
http://www.tudorondonia.com/noticias/politica-em-tres-tempos--por-paulo-queiroz-,2519.shtml
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