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Justiça é o que  quero!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Nota dos movimentos sociais









Entidades condenam assassinatos e violência contra lideranças sociais e ambientalistas na Amazônia

Escrito por: Central Única dos Trabalhadores do Brasil (CUT), Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/ Via Campesina), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Central dos Movimentos Populares (CMP), Assembléia Popular (AP)

A Central única dos Trabalhadores do Brasil – CUT, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, a Via Campesina a Marcha Mundial das Mulheres – MMM a Assembléia Popular – AP e a Central dos Movimentos Populares - CMP, de forma unificada condenam os assassinatos e violência contra lideranças sociais e ambientalistas na Amazônia e cobram justiça às autoridades!

Os movimentos sociais estão em luto! Infelizmente a velha lógica de quem age contra os interesses das madeireiras, do agronegócio e das mineradoras coloca a própria vida em risco, se fortaleceu nos últimos dias. São 6 assassinatos em 15 dias, a lamentável sequência de assassinatos iniciou no último dia 24 de maio vitimando ao casal de lideres extrativistas José Cláudio da Silva e Maria do Espírito Santo, posteriormente ao agricultor Erenilton Pereira da Silva, no dia 27 de maio o agricultor Adelino Ramos foi alvejado por um motoqueiro, dia 01 de junho o lavrador Marcos Gomes da Silva, foi executado com dois tiros, e no último dia 09 de junho o lavrador Obede Loyla Souza de 31 anos, foi executado com um tiro no ouvido, no município de Tucuruí, no Pará.

Esta tragédia revela o que os movimentos sociais denunciam há 30 anos no Brasil, o modelo de desenvolvimento atual privilegia as madeireiras, o agronegócio e as mineradoras, que nos últimos anos tem acelerado o processo de desmatamento, extração de minérios e ampliação de áreas de plantio de monoculturas como a cana-de-açúcar e a soja. Este modelo de desenvolvimento amplia a concentração de terras nas mãos de grupos econômicos estrangeiros, agrava os fortes impactos ambientais na Amazônia e geram a morte direta daqueles que ousam defender a vida e a natureza.

Portanto, além de barrar a extração ilegal de madeira que alimenta as mineradoras, suspender os benefícios econômicos ao agronegócio, ampliar as ações de fiscalização do desmatamento, agilizar a demarcação de terras indígenas, regularização de das terras remanescentes de quilombos, comunidades ribeirinhas e colocar na cadeia os mandantes e assassinos que agem em nome do poder econômico, o ESTADO brasileiro, (Governo Federal, Estaduais e Municipais) deve adotar outro modelo de desenvolvimento que tenha em seu eixo central a defesa da vida e da natureza.

Não teremos PAZ neste país enquanto persistir a violência no campo, a criminalização dos movimentos sociais e a violência contra as mulheres. Queremos um Brasil com distribuição de terras, com fortalecimento da agricultura familiar, garantia de acesso a serviços de saúde, educação, moradia, mobilidade, crédito, assistência técnica e apoio a comercialização, para os assentamentos rurais.

Convocamos a população brasileira, o movimento social e sindical a tomar a ruas exigindo justiça, o fim dos assassinatos de trabalhadores e a punição dos responsáveis pelos crimes praticados contra a vida e contra a Nação!

São Paulo, 15 de junho de 2011

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