Vítima mora com a família em assentamento em Nova Ipixuna (PA).
Ele é uma das 30 pessoas juradas de morte por fazendeiros e
O grupo também enviou para a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, novas ameaças de morte contra eles, detalhando o histórico de cada uma delas no Pará, Tocantins, Amazonas, Acre, Maranhão, Rondônia. Especificamente em Marabá, uma das ameaças foi feita por telefone, informando que um agricultor iria virar carvão.
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O agricultor ameaçado, que viajou até Brasília, disse ao G1 que é analfabeto e foi obrigado a assinar um documento de venda de sua terra. "Eles, os policiais, me obrigaram a assinar o documento e acertaram o valor da terra. Eles me levaram a força para a delegacia e disseram para esperar que uma pessoa traria o dinheiro naquele mesmo dia. Dessa forma, eu teria de sair de imediato da minha casa, com minha mulher e filhos."- Veja imagens do assentamento no Pará
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Ele disse ainda que a pessoa que deveria levar o dinheiro não apareceu como o previsto pelos policiais. "Depois, essa pessoa começou a me procurar, me ameaçando também para pegar o dinheiro e deixar minha casa. Os policiais, quando foram em casa, passaram por cima da minha horta, pegaram coisas para comer, me humilharam", afirmou a vítima.
O advogado da pastoral, José Batista Afonso, disse que o problema foi levado para a Ouvidoria Agrária do Incra e entregue ao delegado José Humberto Alves, da Delegacia de Conflitos Agrários em Marabá. "Acho que a investigação do caso não foi devidamente feita. A morte do casal de extrativistas tem relação com a mesma área onde ocorreu essa ameaça ao agricultor."
Agricultor fez denúncia sobre ameaças sofridas por
policiais civis e militares em assentamento no Pará
(Foto: Glauco Araújo/G1)
Apuração do casopoliciais civis e militares em assentamento no Pará
(Foto: Glauco Araújo/G1)
Segundo Rocha, a conduta dos policiais foi errada. "É um caso de 2010, quando eu ainda não tinha assumido a secretaria, mas o fato está sendo apurado em um Inquérito Policial. Já ouvimos entre 50 a 60 pessoas sobre isso. Essa investigação está no contexto do crime cometido contra José Claudio Silva e Maria do Espírito Santo [mortos em uma emboscada em 24 de maio, em Nova Ipixuna]. O caso já faz parte da nossa investigação. Tudo tem uma ligação."
O secretário de segurança disse que os policiais continuam trabalhando, mas não informou se eles estão envolvidos na investigação da morte do casal de extrativistas. "Vamos analisar a conduta deles e depois levar o caso para as corregedorias das polícias Civil e Militar."
Nesta terça-feira, a Polícia Civil divulgou dois retratos falados de suspeitos de terem matado o casal de extrativistas em Nova Ipixuna.
O agricultor ameaçado afirmou ao G1 que está desistindo de permanecer no assentamento. "Sou ameaçado por fazendeiros e madeireiros. A polícia, que deveria proteger as pessoas de bem, vem até minha casa e me ameaça também. Não me sinto seguro para continuar aqui. Sair para ir trabalhar na roça, deixar minha mulher e filhos em casa, é uma coisa muito difícil agora."
Claudelice Silva dos Santos, 29 anos, irmã de José Claudio e cunhada de Maria do Espírito Santo, participou do encontro com autoridades federais, em Brasília, para denunciar a situação de medo vivida por agricultores e trabalhadores rurais no Pará.
Ela foi acompanhada do coordenador das Populações Extrativistas do Pará, Atanagildo Matos, e pediu ações efetivas do governo para evitar mais tragédias. A Câmara dos Deputados chamou os ministros da Justiça, do Desenvolvimento Agrário e da Secretaria de Direitos Humanos para falar sobre o que o governo pretende fazer nas regiões de conflito.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou a operação 'Em Defesa da Vida', da qual participam policiais federais, além da Força Nacional, com apoio do Exército, Marinha e Aeronáutica.
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